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sexta-feira, 17 de setembro de 2010

O vestido de noiva vem acompanhando a evolução da mulher perante a sociedade.
O casamento, em muitas situações, era uma espécie de negócio acertado entre duas famílias, visando conveniências econômicas ou prestígio social. As moças da sociedade de elite se casavam cedo - em geral com 13, 15 anos. Os enxovais, repletos de peças de linho bordadas com esmero, começavam a ser feitos quando a menina estava com 12 anos e eram guardados em baús. A primeira mulher a se vestir de branco com flores de laranjeira foi Maria I, Stuart (1542 -1587), Rainha da Escócia. 

Vestido de Noiva
Afinal, não é tanto tempo em termos de história. 
A mudança comportamental começou com a fogueira de sutiãs. Nas três décadas que se seguiram ao levante feminista, elas conquistaram direitos e espaços em diferentes áreas. Com o surgimento do capitalismo, nasceu uma sociedade consumista, e a ela alcançou um novo patamar social, passando a participar no mercado de trabalho; além das inúmeras transformações, conquistou, sobretudo, a liberação sexual. Tornou-se mais independente, contrariando a reputação do passado, assumiu um papel diferente, participando de forma mais atuante: de submissa à interdependente. Logo após a Revolução Industrial, instaura-se uma outra relação entre família e sociedade, redimensiona-se o número de filhos mediante a conscientização dos valores materiais.
No século XX, ficamos estarrecidas e comovidas ao ver a profunda mudança ocorrida na vida das mulheres. A situação econômica e social exerce influência sobre os modelos; casam-se com diferentes cores, inclusive o vermelho e o preto; porém, o conhaque domina os tons, representando a liberdade de escolha, de opções frente à independência feminina. Vamos observar um pouco mais esta mudança: 
Prisioneiras do espartilho em 1900, vestia branco como sinal de pureza e virgindade.Vestidos práticos e simples, sem saiotes; os compridos, com ou sem cauda, véus de rendas ou mantilha (de Bruxelas), artesanais, passavam de mãe para filha. A mulher não tinha direito a voto e era totalmente dependente do "senhor meu marido". Conforme o dito popular: "educada para casar" , sinônimo de servilismo e, na relação a dois, sustentando as funções do casamento, reservada aos cuidados da casa, do marido e filhos. A história da mulher, sua educação, a mulher era comandadas pelo marido e seus anseios, reprimidos; em 1910, a noiva nem ousa levantar os olhos para o marido. 
Vestido de Noiva
Durante muito tempo, inclusive recentemente, a conservação de muitas famílias, esteve ligada ao papel feminino na sociedade, a dedicação à família, a difusão dos valores e a submissão era um dos meios de perpetuar as tradições religiosas. Mas nem todas aceitaram. E essas corajosas pioneiras, celebridades ou mulheres anônimas, seja nas grandes causas ou em pequenos detalhes cotidianos, rebelaram-se e decidiram mudar a própria história e a de todas as que viriam depois. 
Nos anos 20 a mulher usava-se um vestido mais curto, abaixo do joelho, luvas, véu comprido, decote em forma de U. Os tecidos finos, estilo Melindrosa. 
Nos anos 30 nosso desafio não é menor - não se casar significava fracassar socialmente. Uma mulher com mais de 20 anos sem a perspectiva de um casamento já morria de medo de ficar "encalhada" ou "pra titia". Aos 30 anos, uma mulher era "solteirona", enquanto o homem ainda era um "bom partido". Pesquisas da época mostraram que as mulheres se casavam, em média, com 23 anos, e os homens, por volta dos 27. A Constituição permitiu o voto feminino. Vestido liso e longo. 

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